PR. SILAS RESPONDE
Pr. Silas Malafaia é psicólogo clínico e conferencista
internacional.
Qual é o segredo de um casamento feliz?
De modo geral, podemos definir o casamento como a união
voluntária e estável de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo
direito, de modo que se estabeleça uma família legítima; o vínculo conjugal
entre um homem e uma mulher, o qual precisa de uma convivência harmoniosa,
respeito, diálogo, objetivos comuns entre as partes aliançadas.
Biblicamente, o casamento é a união entre um homem e uma
mulher maduros, que deixaram emocional e geograficamente os pais, para ser uma
só carne e formar uma nova família, conforme a determinação de Deus em Gênesis
2.24, ratificada por Jesus em Mateus 19.5.
Mas como manter uma união duradoura, harmônica e feliz, e
criar filhos saudáveis, em um mundo conturbado, violento e com valores tão
deturpados como o nosso? É absolutamente necessário que homem e mulher
desempenhem bem seus papéis conjugais. Eles devem amar e respeitar um ao outro
e cumprir suas funções como provedores, orientadores, disciplinadores dos
filhos, dando-lhes apoio e servindo-lhes de exemplo.
Em suma, é importante para o casal edificar um
relacionamento profundo, harmônico, saudável e verdadeiro, com base na sólida e
imutável Palavra de Deus. Em outras palavras, os relacionamentos saudáveis e
estáveis entre um homem e uma mulher pressupõem obediência aos princípios
estipulados e valorizados por Deus e excluem práticas condenadas por Ele.
Existem alguns fatores que contribuem para a formação do
vínculo e sua manutenção: a compatibilidade conjugal, a apreciação mútua, o
diálogo, o desempenho dos papéis conjugais e sociais, o sexo e, sobretudo, o
amor de um pelo outro, que os ajudará a superar todas as diferenças e crises
que assolam a todos nós.
Por que destaco o amor? Porque ele é a essência de Deus e a
base de todos os relacionamentos saudáveis, profundos e verdadeiros, daí João
ter afirmado que quem ama nasceu de Deus e o conhece (1 João 4.7), e Paulo
asseverar que quem ama cumpriu a lei (Romanos 13.8).
Quando falamos de amor, não estamos referindo-nos meramente
a um sentimento de bem-estar e bem-querer ao outro em relação ao qual temos
empatia e simpatia, e sim a algo profundo, enraizado em Deus e eterno como Ele.
Estamos referindo-nos ao amor ágape, descrito em 1 Coríntios 13.4-7; um amor
que nos faz ser benignos, misericordiosos, verdadeiros, e não invejosos,
murmuradores, facciosos, injustos; um amor que nos permite tratar o outro com
carinho, consideração, respeito, longanimidade, e não com leviandade, soberba,
indecência, egoísmo, irritação; um amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta.
É precisamente esse amor divino, somado ao amor eros, o amor
conjugal, que mantém um casamento saudável, harmônico e feliz. Só o amor ágape
nos faz ser altruístas, tolerantes e abnegados; buscar não o nosso interesse,
mas o interesse e o bem-estar do outro; ter paz, equilíbrio e vencer as crises.
Quem se casa sem amor, por qualquer outro interesse isolado
— dinheiro, status social, atração física, vontade de livrar-se de pais
violentos e/ou castradores — dificilmente será feliz, pois sem amor não há união/comunhão
profunda e duradoura, tampouco felicidade.
Quando há amor genuíno, os cônjuges prezam um ao outro,
naturalmente cedem em favor do outro, toleram e superam suas diferenças,
perdoam as faltas e seguem em frente, porque entendem que melhor é serem dois
do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro
levanta o seu companheiro [...]; se dois dormirem juntos, eles se aquentarão;
mas um só como se aquentará?
E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão…
(Eclesiastes 4.9-12).
E sabe qual é o resultado dessa cumplicidade para os
cônjuges?
Eles caminham juntos, amadurecem emocionalmente e crescem em
todas as áreas; afinal, um não se acha melhor nem superior ao outro; antes,
sabem que são diferentes um do outro, e usam essa diferença a seu favor. Isto
quando o homem e a mulher são emocionalmente maduros para compreender que não
se casaram com um espelho, que refletirá a imagem narcisista deles, nem com sua
mãe ou seu pai, que continuará a adivinhar e a fazer todas as suas vontades.
Quem deseja um casamento sólido, duradouro e feliz, cultive
e demonstre o amor não apenas com palavras, mas com atitudes que atestem a
veracidade do seu sentimento e compromisso.
SUGESTÕES DE LEITURA:
1 Coríntios 13; Efésios 5.22-33; 1 Pedro 3.1-7
Livros 12 motivos que levam o casamento ao fracasso e
Vínculos do
amor, de Silas Malafaia.
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